João Neutzling Jr.
53 anos sem Janis
João Neutzling Jr.
Economista, Bacharel em Direito, Mestre em Educação, Doutorando em Sociologia, Auditor Estadual, Pesquisador e Professor
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Há 53 anos o mundo do rock perdia a maior de suas intérpretes: Janis Lyn Joplin. Uma cantora que ultrapassou todos os limites da música tornando-se a maior expressão do blues e soul da história. Insubstituível até hoje.
Nascida no Texas-EUA em 1943 foi influenciada por outras notáveis intérpretes do jazz e do blues como Aretha Franklin, Billie Holiday, Bessie Smith, entre outras.
Começou a se apresentar em público em San Francisco, em 1963, cantando em bares noturnos demonstrando toda habilidade de meio-soprano com sua voz rouca e estridente. Gravou seu primeiro álbum em 1967 com a banda Big Brother & The Holding Company.
O álbum Cheap Thrills foi lançado em 1968 e logo Janis conquistava seu espaço no mundo do rock, ícone do movimento hippie e da contracultura americana anos 1960. Neste disco está Pieceof My Heart, famosa no setlist. A parte triste é que por trás deste cenário multicolorido e cosmopolita fluía um tsunami de uso de drogas de todos os tipos como heroína, cocaína, marijuana, álcool, etc., o que causaria milhares de mortes além de estimular o crime.
Em 1969 gravou I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (o melhor disco dela) com a inigualável Kozmic Blues Band com sete instrumentistas. O disco trazia as antológicas Try (Just a Little Bit Harder), Maybe, a poética e melancólica Little Girl Blue e a estrondosa Work me Lord. Com este disco Janis se consagrou estando sempre na mídia e na história do rock.
Os anos 1960 foram ricos em eventos históricos como a luta pelos direitos civis da população negra nos EUA, os assassinatos dos irmãos Kennedy e de Martin Luther King e a tenebrosa guerra do Vietnam no sudeste asiático onde mais de 50 mil jovens americanos morreram em vão (além de 1,5 milhão de asiáticos). Este era o cenário da época em que Janis vivia onde os movimentos pacifistas pipocavam mundo afora.
Seu apogeu e glória máxima foi na noite de 16 de agosto de 1969, no festival de Woodstock, quando subiu ao palco acompanhada da Kozmic Blues Band para delírio de mais de 500 mil jovens que assistiam extasiados sua performance.
Na música Work me Lord (1969) implorava a ajuda de Deus, para vencer sua maior batalha na luta contra a dependência de heroína, em uma interpretação quase espiritual e com uma comovente performance ao vivo: "Me ajude Senhor, me ajude Senhor, Por favor, não me deixe. Me sinto tão inútil aqui embaixo. Sem ninguém pra amar. Embora tenha procurado em todos os lugares. E eu não consigo encontrar alguém pra amar. Pra sentir o meu cuidado".
Foi aplaudida por toda a plateia por longos minutos antes de sair do palco para a entrada do mítico The Who. Por sua apresentação, recebeu meros sete mil dólares.
Estava gravando seu último disco em Los Angeles quando, na noite de 4 de outubro, teve uma overdose de heroína. Faleceu com apenas 27 anos, no auge da carreira, da mesma forma que Jimi Hendrix (1970), Brian Jones (1969), Jim Morrison (1971), Kurt Cobain (1994), Robert Johnson (1938), Amy Winehouse (2011), entre outros, todos (com histórico de uso de drogas pesadas) morreram aos 27 anos de idade divulgando a crença de que essa idade era amaldiçoada. Nos anos seguintes foram lançadas várias coletâneas de sua obra.
Passado meio século de sua partida, a obra de Janis continua eternizada nos corações e mentes de todos que apreciam o bom e velho rock and roll. Nunca houve ninguém como ela.
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